A vida imagi-nada

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Larissa estava entediada. Não escondia o marasmo que sempre sentia. Não pelas coisas que desejava, apenas pelas que já tinha. É que tudo parecia certo e parado, parecia ser o mesmo dia... E Larissa se sentia rasa, no fundo não se satisfazia. Será que era fria? Pensava. E pensar a mataria!

Precisava de um desencontro, de perder a realidade, desfazer seus conformismos. Isso a transformaria: o movimento, o novo. Larissa não sabia ao certo se era só um sentimento bobo ou se sua vida dependia de atitude e de desapego (e logo!).

Mas vazia daquilo que negava, tomou a pior decisão. Caiu pouco a pouco num nada e, com medo, pôs os pés no chão. Larissa descobriu quem era, então. Tarde, todavia. Sua própria alquimia inverteu sua natureza. Virou uma lagarta e só aí descobriu: que negou para si mesma já ser borboleta.

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