Há muito mais...

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Há muito mais do que o que se manifesta através do comportamento do ser. A raiz, o próprio SER, é algo que flui por entre as informações, identificando-se, realizando a si, contudo, esse SI é algo maior, outro resultado da natureza do universo, não condicionado ao comportamento, mas vivenciando-se através deste último.

O engano está em assumir que o comportamento é a identidade absoluta do ser, aprisionando-o, destarte, numa imagem historicamente situada, quando, na verdade, o ser pode deliberadamente não ser. É a liberdade sem rosto da consciência (o tal do livre-arbítrio) que fundamenta a experiência individual do organismo consciente.

A própria constituição do tecido existencial só é possível graças às intermináveis combinações entre as informações que o compõem, mas como julgar a natureza do universo a partir de suas manifestações? Contemplo, admirado, toda a resplandecente manobra do ocaso, contemplo tudo, todavia resta a questão: quem vestiu os meus olhos para saber-me?

Ninguém andou por sobre minha pele, ninguém sentiu este ponto no espaço-tempo. Quem pode julgar-me? Como posso julgá-los? Não vivo para sobreviver, eu não quero lutar, eu quero o tempo, o bom tempo, a raiz, o tronco, as folhas e o vento. Ouvir as paisagens em que este ponto autoconsciente existe, é isso que me importa: a árvore!

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